quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Onde esta a #água_doce do Planeta?

Crime das Petrolíferas no mundo



    Os crimes que me refiro não são os que constatamos todos os dias, fatos publicados nas mídias. Há vazamentos, poluição, redes de corrupção, globalização da miséria, redes de dependência e submissão, enfim a definitiva degradação do meio ambiente, antagonismo frontal a sustentabilidade. Posso descrever cada um destes com isonomia, sem abordagens político/partidárias, puramente científico, e constato que o apagão de engenharia esta sendo globalizado.

    Mais um crime? Qual?

    Sim. É o esgotamento dos mananciais de água doce do planeta. Não só o esgotamento da água doce, mas também o seu aprisionamento definitivo sob o solo. É identificado no histórico do acumulo hidráulico, com decréscimo a 
montante da capacidade dos reservatórios, sob administração da administração pública, e de usinas hidroelétricas, muitas privadas.

    O que uma coisa tem há ver com outra?

Então vamos lá às explicações. Algumas informações importantes:
    a)   Do total de água no planeta, apenas 2,5% é água doce;
    b)   As águas mais salinizadas se encontram nas zonas mais profundas e frias dos oceanos enquanto as com menos concentração de sódio estão próximas a superfície;
   c)   Na retirada do petróleo das jazidas, é utilizado volume de água em grande quantidade.

    O fato é que nas jazidas o petróleo esta presente, em meio a rochas de característica porosa. No início da extração, o gás mineral auxilia a expulsão do produto. Após, a água mais próxima, é injetada nos espaços, antes ocupados pelas matérias primas, expulsando gradativamente o óleo das entranhas do solo.

O petróleo residual, ao disputar o espaço da porosidade da jazida com a água, sendo mais leve, acomoda-se na camada superior, sendo expulso para a superfície, enquanto a água toma o lugar dele e das outras matérias primas. Assim a água capturada, utilizada, fica aprisionada nas entranhas do planeta.
Injeção de água, no reservatório e no aquífero.  Fonte: Santana apud Santos et al (2010).



    Na história da exploração do petróleo, as primeiras extrações foram em terra, quando por falta de informações em geologia, ocorreram abandonos de poços antes do esgotamento de sua produção. Com o tempo identificou-se que a pressurização da jazida é que havia se esgotada, pois ainda havia óleo sob o solo. Assim utilizou-se os mananciais próximos destes, lagos e cursos d'água (água doce), pressurizado para o subsolo para a retirada de petróleo residual e consequente aprisionamento da água.

    O mercado e a tecnologia propiciou a exploração de jazidas em áreas alagadas no mar. Fontes d'águas próximas (com sódio próximas a superfície) também foram utilizadas. Podemos pensar então, que pelo menos nesse caso, a água utilizada é salgada. Porém hoje é significativa a produção de petróleo no Mar do Norte, ou plataformas oceânicas ou geladas. A água dos derretimentos glaciais, polares, ou de monções dos continentes para o oceano, das águas doces frias, não totalmente salinizadas, próximas a superfície, são os volumes capturadas, pressurizados e enviadas para a jazida onde são também aprisionadas.

    Como a quantidade de água doce no planeta é ínfima, qualquer gota desperdiçada hoje, fará falta no futuro.

Referência Bibliográfica

1.   OPORTUNIDADES DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA NO CONSUMO DE RECURSOS HÍDRICOS NA EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO DE PETRÓLEO ON SHORE NO ESTADO DO RN -
Em http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reget/article/viewFile/5715/3598; 
2.   A história do petróleo no mundo – 
Em http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/a-Hist%C3%B3ria-Do-Petr%C3%B3leo-No-Mundo/377132.html; 
3.   Fontes no Brasil 
Em  http://www.ogx.com.br/conteudo_pt.asp?idioma=0&conta=28&tipo=53307


quarta-feira, 26 de março de 2014

O Transporte do Combustível e a Lei

                     
                                A Lei definiu que somente será comercializado combustíveis em recipientes padronizados pelo IMETRO.


               Mais uma vez burrocratas (burocratas) definiram incongruências, ou seja onde pode ser o produto acondicionado. Pela Lei, não será possível ou permitido transportar ou guardar em recipientes como garrafas pets ou sacos plásticos. Isso é velho, mas não cobrado. Agora vem também impedir recipientes de superior qualidade para, combustível. Exemplo: óleo de caminhão Petrobras, Castrol, Shell, e outros, é acondicionado em bambonas de 30 ou 50 litros para comercialização em qualquer parte do mundo sob Norma IEC/ISO, por segurança. Serve perfeitamente para combustível. E mais, a política de reciclagem sugere o reaproveitamento com combustível, visto a alta qualidade do produto. O fato de não poder ser reaproveitado na indústria do plástico (desinfecção difícil), remete a atitudes voltadas a sustentabilidade, com destinos alternativos. Já a bambona IMETRO é uma casca de ovo. Sugere a realidade que alguma industria de produção de plástico esta lucrando muito. Mais uma vez a Norma serve para impor a comercialização  e o imbecil comportamento perdulário.

            Usei muitas bambonas com essas características para coleta e armazenamento de pilhas e baterias. Em 1992 (prestava manutenção em instrumentos de ensaios com baterias de cadmio, sinco, carbono) quando iniciei a coleta e impedi que esse material fosse destinado para lixões contaminando o lençol freático. Foram cerca de 10 bambonas que até 2013 quando aposentei-me estavam ainda guardadas com resíduos tóxicos.

            Até parece que esse pessoal que fez a Norma é o mesmo que informou a Presidente para comprar a Refinaria Belga de 0,0042 por 1,8000 milhões. Lamentável.

                                                                                                                                                                                                                                         

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A Economia e a Socialização de Obrigações

 A contribuição de amigo sobre conceitos de privatização, interesse público e privado, e a perda de qualidade tecnológica, com o foco na gestão financeira e econômiva:
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1219

quarta-feira, 27 de julho de 2011

APAGÃO DE ENGENHARIA

Onde inicia o apagão?

Ele inicia na fraca e inconsistente formação profissional.


Um jovem, para chegar à academia e profissionalizar-se, passa por uma etapa preparatória, e então continuar a expansão do seu saber. A essa etapa previa chamamos de formação propedêutica.

Na formação propedêutica são ensinadas as primeiras regras, os números, as letras, e suas combinações. Também são ensinadas as bases de civilidade e do convívio social. Se essa etapa é omitida ou ignorada, a conseqüência é a má formação do jovem. Resgatando o pensamento de Piaget, "uma criança é um livro em branco, o conteúdo das primeiras páginas é que definirá o caráter de cada indivíduo".

Atualmente na educação brasileira podemos identificar o processo de globalização orientando para a normose[1] da imbecilização. O ensino de graduação superior para os jovens mais engajados na expansão do saber está se degradando, nesse espaço acadêmico, que é também propedêutico, com o acesso de jovens  pouco preparados.  Com o acesso ao mercado  de trabalho de profissionais incompletos, conseqüência pela má formação, ocorrem ações bizarras, fatos que podem ser considerados como indícios do apagão, não só de engenharia, mas também cultural.

Dos muitos fatos recentes,  uma popular blasfêmia foi a conivência com os erros gramaticais imposto por um livro de gramática. A instituição que deveria ser o baluarte da cultura nacional, o MEC, financiou a publicação. A Academia Portuguesa de Letras há um tempo vem tentando impor a gramática de Portugal aos países de colonização lusa. Essa é a oportunidade APL afirmar que os brasilucas são uns mocorongos brucutus, incapazes de zelarem pela observância de regras. Coincidência ou não, a professora autora da cartilha Heloisa Ramos é de origem portuguesa.

Isso é terrorismo !

A lei das cotas nas universidades, é outra blasfêmia. As cotas podem existir, mas com uma infra-estrutura propedêutica básica, para que os cotistas não puxem a educação para níveis inferiores.

Quanto ao direito a cotas, para quem? Sou de origem européia e meus antepassados vieram ao Brasil para um projeto de estado maquiavélico (O Príncipe) como escravos qualificados. O escravagismo que sempre existiu, teve seus maiores empresários, comerciantes e caçadores, na própria sociedade opressora dos quais eram originários, africana e asiática.
Recentemente na área tecnológica, assistimos a ABNT[2] impor mudanças nas tomadas e flechas de conexão as fontes de alimentação de circuitos de corrente alternada.  Esse fato ocorre no momento em que acompanhamos mudanças na economia, com padronização de produtos no formato ISO[3] para entrada de produtos no mercado globalizado. Ao discurso de sustentabilidade com menos desperdício e racionalização da infra-estrutura existente, opõem-se o lobe incompetente e mercenário de fabricantes para micro-mercados.

As novas flechas de alimentação são fantasticamente singulares. Não existe no país ou no planeta, tomadas de força que as encaixe. Somente depois de substituí-las será possível!  E isso é custo! Custo burro! Aqueles componentes que estão funcionando hoje deverão ser refeitos com desperdício de matéria prima.

Os tigres asiáticos obtiveram sucesso no processo civilizatório da economia, quando se adequaram às normas ISO e internacionalizaram seu produto, atendendo a formatação das exigências do mercado globalizado. Os produtos industrializados nos formatos definidos pela ABNT ocuparão apenas o restrito mercado interno, enquanto que a penetração no mercado externo ficará comprometida. Os maestros destas imbecilidades são normatizadores, legisladores, professores, mestres e doutores, graduados, que não focam os projetos de tecnologia e maturidade em gestão.

Outro fato que considero a maior se todas as blasfêmias, é a deliberada degradação da formação dos técnicos industriais e do magistério formados com o 2º grau, imposta pela atual LDL. O jovem adolescente se inseria no mercado de trabalho e se engajava como cidadão (ator social e intelectual orgânico - Gramsci) [4], está hoje relegado a segundos planos.
 
Como estudantes e logo estagiários, bem cedo ocupavam seus tempos nos processos de produção. Assim garantiram por muito tempo um espaço sinergético de formação propedêutico, norteado pelo cientificismo da heurística do “chão de fabrica”[5]. Como atores sociais, com formação de segundo grau, o jovem do magistério amadurecia, como multiplicadores do saber, tornando-se intelectuais orgânicos. Em esco-las de primeiro grau incompleto, ao mesmo tempo em que preparava a sua expansão, colaborava na construção do fato social.

Já o técnico industrial, despido do materialismo cartesiano academicista, com ingerências construtivistas nas tomadas de decisões e ações de sua área de atuação, em vários casos tiveram suas engenhosidades e inventos produzidos plagiados por profissionais de nível hierárquico superior.

O espaço de discussão gerando o fato social, gerido por estes jovens do magistério, não mais se dará nas escolas de primeiro grau incompleto. As disputas, com baixarias, se darão nos bancos universitários. Não mais se submeterão a ser espancados ou esfaqueados por crianças mimadas, minadas pela incapacidade de gestores burrocratas na construção de um espaço funcional realmente propedêutico.

Assim, Leis, para quê? E Normas Técnicas? Para quê?

Ai compreendemos o apagão na Engenharia, na visão reducionista de Descartes, que degrada a cultura como um todo.

Ao invés de profissionais com graduação superior qualificados para prospectar novas frentes de negócios, a opção é por disputar nichos de mercado de profissionais com formação assistencialista, de nível médio.

Uma nova e insolúvel questão é então levantada: Quem vai optar em cursar o magistério, nível universitário, para correr risco de agressões físicas e receber uma esmola como salário? E quem vai zelar pela observância das normas, já que elas passam a não ter valor propedêutico?

O espírito da lei necessita ser exorcizado, para que as regras criadas por estados bárbaros, com foco da imposição e submissão das massas (Pax romana) possa hoje a ter cunho prático, visto que hoje é filosófico, correto e belo, mas inexeqüível.

Como as regras passaram a ser quebradas, a construção de bases curriculares em todos os níveis de formação estão definitivamente falidas. O ensino da gramática será então aplicado a idiotas. Já as normas técnicas para reprodução, acumulo e concentração da riqueza. As Leis para os menos iguais, já que estamos enjaulados no mundo virtual, incapaz de qualquer indução das hordas na tomada qualquer atitude contra as injustiças praticadas em nome do estado, das instituições e da sociedade moderna.

A conseqüência serão falhas nos processos de industrialização, gestão da infra-estrutura pública e privada, acidentes com dano à sociedade como um todo, e o pior de todas as conseqüências (parafraseando Bertolt Brecht[6]), a globalização da miséria e da ignorância.
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Meus descendentes que me perdoem por ter deixado esse caos de herança... E ainda vai aparecer um idiota, da Academia Brasileira de Letras dizendo que isso é anarquia.



[1] Normose doença pscosocial que ocasiona um processo de passividade e aceitação de fatos. Exemplo: ao depararmos com uma criança pedindo esmola em um semáforo, afirmamos ser normal nos dias de hoje. Pois não é normal, e a afirmação conseqüente, é a normose. Muitos são os intelectuais e teóricos que busca defini-la, mas esta é a mais clara e objetiva definição.  Gilberto Karnas- Sociólogo
[2] ABNT – Associação Brasileira Normas Técnicas
[3] ISO - International Organization for Standardization
[4] Ator social e intelectual organico – Para Gramsci o intelectual orgânico é “o que age, que atua, participa,  ensina, organiza e conduz, enfim, se imiscui e ajuda na construção de uma nova cultura, de uma nova visão do mundo, de uma nova hegemonia”. Para ele, esse intelectual se contrapõe àquele que fica preso às teorias, mas não se aproxima da prática. Gramsci não apenas defendeu o engajamento do intelectual, mas formulou um novo modelo, construindo um método, que tirou os intelectuais “de trás da cortina e os colocou no proscênio da ação política. Gramsci deu ao intelectual uma outra dimensão, constituiu-o em objeto de análise e de pesquisa, fazendo com que, desde então, não se separe pensamento e ação”. Um só funciona com o outro. Francisca Selidonha Pereira da Silva é Jornalista e Mestre em História Social das Relações Políticas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
http://bocadolixo.wordpress.com/2009/10/16/o-intelectual-organico/
[5] No Brasil, antes mesmo da constituição das primeiras escolas, os profissionais mais qualificados eram Imigrantes ou aprendizes, formados pela escola da vida, em trocas de experiências, práticas heurísticas do dia a dia (método da tentativa e erro), que após viriam a ser os primeiros mestres. O Técnico Industrial em busca da Eficácia e da Eficiência com a Retecnia. Ser, saber e fazer/ eficiência eficácia e excelência - Retecnia  - Gilberto Karnas – Sociólogo (Unisinos 1997)
[6] Bertolt Brecht Escritor e dramaturgo alemão 1898 +1956


 O Analfabeto Político
O pior analfabeto é o analfabeto político
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos
 Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito,dizendo que odeia política.
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a corrupção, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e o lacaio das empresas nacionais e multinacionas.

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 Autor :
Gilberto José Girardi Karnas, Sociólogo, Professor e Eletrotécnico